I_Eat_All
Plasma Beam!
Não, mas se não tens cuidado acabas a fazer "moneyhat" a um mercado que não quer ir nessa direcção, como foi o caso da Microsoft esta geração com alguns géneros que queriam a toda a força que fizessem sentido na plataforma. Além de que falando em Microsoft tens o exemplo oposto, quando a Microsoft pagou aos estudios para ter melhores builds dos jogos/conteudo exclusivo, a partir do momento em que isso é feito as developers esperam-no… Quando na realidade desenvolverem para a plataforma, quando a plataforma é viável não é um favor que estão a fazer a ninguém.Sim, mas... Se calhar até o deveriam ter feito. Bandeja, croquetes, champanhe, dinheiro e profissionais do sexo quando mais nada resultasse. Acho que a Nintendo poderia e deveria ter sido mais agressiva nesse sentido. "Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé", digamos. Não é vergonha nenhuma financiar outros estúdios para criarem jogos, se eles não o fazem de outra maneira.
A marca/fabricante deve tentar guiar o mercado, ver se ele quer ir na direcção; a Nintendo com RPG's, por exemplo assegurou o maior deles todos, o Dragon Quest X (se a Wii 2 vem mesmo aí "agora" e ainda nem o mostraram pergunto-me se não mudou de plataforma) e no entanto o mercado não teve resposta real a isso. Na NDS teve e na Wii deveria ter tido… Mas não teve não por culpa da Nintendo, tem sido ela a investir no género na consola afinal de contas.
O que falhou e porque falhou na consola, third party's acima de tudo a elas se deve. Uma plataforma não HD não era suficientemente atractiva para eles, e a descentralização de gaming "convencional" criou um estigmatismo forte junto delas. O resto é como a gravidade na medida que é/foi inevitável. Mas houveram avanços consideráveis na forma como a Nintendo assiste third party's esta geração e houveram cooperações que antes não passavam pela cabeça de ninguém, como a Team Ninja a trabalhar directamente com a Nintendo (que parece estar a ter resultados na 3DS) e cooperações com developers como o Sin and Punishment 2 com a Treasure, o Zangeki no Reginleiv feito com a Sandlot, o Last Story com a Mistwalker e agora o Pandora's Tower com a Ganbarion. São tudo projectos bastante bons potenciados e que possivelmente atinjiram os niveis de qualidade graças à supervisão deles (a supervisão Nintendo é aquela coisa que eles realmente fazem bem, quer para eles quer para projectos terceiros).
Estamos a falar de developers Japonesas, nestes casos particulares, mas a verdade é que também sabemos que as developers exteriores costumam ter muito mais atrito em trabalhar com a Nintendo (o estigma no mundo ocidental, e a caça às bruxas foi maior, bem como a sedimentação/processo de incompatibilização das developers), no entanto o Goldeneye foi "mais ou menos" encomendado depois da Nintendo inviabilizar a port do Goldeneye 007 da N64 para a X360; cheira-me que tiveram a Nintendo bastante envolvida em focus groups, relembrando que o acesso ao programa de betatesting "club Nintendo" é de acesso livre às third party's e é dada uma avaliação preliminar. além de que está isto nos créditos:
And a special thank you to all our colleagues and friends at Nintendo for their invaluable support: Takao Yamane, Takashi Ebiike, Tim Symons, Sandra Däsch, Yvonne Benner, Sylvia Graf-Schumer, Peter Ehlert, Philipp von Knoblauch zu Hatzbach, Mike Fukuda, Steve Singer, Ty Katori, Robert Crombie.
As pessoas nessa lista são mesmo developers, e não qualquer focus group. E quem diz esse diz outros projectos como o Epic Mickey, a quem a Nintendo fez questão de dar bastante enfase na E3 passada, este ultimo claramente third party, mas com uma Nintendo aplicada em que fosse um jogo que entrasse bem no mercado por lhe reconhecerem valor. Não há mais casos destes… A culpa é em grande part das third party's.
Ainda vem aí o Conduit 2 publicado por eles.E se estes jogos vendessem (e se fossem bons venderiam, certamente) outros provavelmente viriam atrás e por iniciativa das próprias editoras. A Sega, por exemplo, poderia ter sido uma parceira valiosa da Nintendo, até pelo simbolismo que isso teria, caso esta parceria se tivesse estendido para além dos Mario vs Sonic. Fizeram um Madworld e um House of the Dead e depois saltaram do barco "porque jogos "hardcore" não vendem na consola" e meteram a PG a fazer um Bayonetta e um Vanquish para a concorrência - que provavelmente também não venderam por aí além e o investimento foi certamente maior. Pergunto-me se aqui a Nintendo não poderia ter dado um passo em frente e disponibilizar-se a co-financiar os projectos futuros mais ambiciosos da empresa de forma a tê-los como exclusivos.
O House of the Dead Overkill vendeu bastante bem (quando o mercado já estava saturado de on-rail shooters na Wii) e o Madworld vendeu suficientemente bem, especialmente se considerar-mos que se trata de um jogo a preto e branco. Não são estrondosos sucessos? ora, também não investiram para isso. As expectativas duplas desta geração é outra coisa que tem piada. Só consegues mass awareness para um IP novo se fizeres advertising a sério. Dizer que esses venderam "mal" é como dizer que o Okami para a Wii não vendeu bem, só vendeu melhor que a versão PS2 e no entanto é uma port. O jogo é que é claramente de nicho e não foi advertised para mudar esse destino. A Sega reaveu o seu dinheiro e os jogos venderam bem, o Overkill então nem é reaver o dinheiro, deu lucro considerável.
Não há milagres.
Quanto à PG, o Vanquish já estava em desenvolvimento quando eles revelaram o Madworld, o acordo de 4 jogos ou lá o que foi que eles fizeram com a Sega sempre foi 3 para as HD's e 1 para a Wii, na altura no entanto os jogos ainda não estavam todos revelados. O Bayonetta vendeu considerávelmente bem, talvez porque foi o mais high profile e o que teve melhor timing no lançamento (e o que tinha o segmento a que se lançou menos saturado, com o DMC desta geração a ser "ao lado" e a concorrencia directa ser o onechanbara)
Quando és líder de mercado… Sinceramente acho que é. O produto deve falar por si, e o que assistimos foi a um boicote e pessoas a mandarem-na abaixo. Não era pela Nintendo bater à porta que queriam envolver-se nela com orçamento.Isto será sempre uma opinião subjectiva, mas acho que foram demasiado apáticos em determinados momentos que exigiam alguma ousadia. Claro que não podemos culpar a Nintendo pela falta de visão dos outros, mas se era do interesse da própria empresa e dos consumidores que acreditaram na mesma ao comprarem a consola, será que andar com a bandeja atrás dos developers seria assim tão descabido?
Como disse a lição que retiro desta geração é mesmo que o mercado é muito imaturo com coisas que realmente não devia ser. E tem de crescer, a Wii ter encontrado a resistência que encontrou foi um mal necessário; era mais fácil ter feito uma consola essencialmente evolucionária e meter o resto ao critério do mercado, mas é muito bom que esse mercado imaturo seja contrariado e veja coisas que despreza (coisas que despreza mas feitas com qualidade) a venderem, para ver se expandem um bocado os horizontes tacanhos e a visão de messias.
Podia provar que há mercado, podia até criar esse mercado, no entanto a esse software ser "software de resposta" estaria a limitar o seu raio de acção (e por arrasto o seu sucesso, não anula a noção de que "a nintendo é melhor nas suas consolas que nós").Claro, mas será melhor pura e simplesmente não os termos no catálogo apenas para que os tais tipos dos PetZ não tenham motivos para choramingar? O que aparentemente nem adianta porque eles choramingam na mesma. E, sinceramente, essa lenga lenga sempre me suou a desculpas de mau pagador. Os géneros em que a Nintendo é forte acabam por ser também os mais bem representados pelas 3rd parties. Se First-person shooters e "simuladores" de carros são géneros em que a Nintendo não investe não seria então natural, segundo essa tal lógica, que os outros investissem? Será que se a Nintendo investisse nesses géneros (que por acaso nem eram os que eu tinha em mente, mas que são igualmente válidos) e provasse que afinal há ou pode haver público na consola para eles isso não iria incentivar outros a fazerem também FPS's e jogos de carros? Faço estas perguntas porque eu também não tenho as respostas, mas acho que poderão ser pertinentes e que devem ser ponderadas.
É como dizer que numa plataforma Sony jogos de carros vendem menos que um GT ou que numa plataforma Nintendo qualquer plataformer vende menos que Super Mario. Há janelas de oportunidade, deviam ser aproveitadas. Fazer o que os outros estão a fazer na mesma plataforma em que o fizeram e obtiveram casos de sucesso é muito "eu também, eu também!" e normalmente leva ao outro lado da moeda, os fracassos de que ninguém fala (na X360 e PS3 há aos montes no segmento dos FPS's por exempl); excepto que na Wii falava-se deles especificamente para provar o oposto.
Por ultimo, a primeira geração de liderança de uma marca não costuma ser a geração em que a plataforma atinge tudo o que podia ser, a super nintendo foi melhor que a nes e a ps2 foi melhor que a ps1 por isso, quando sairam/foram anunciadas as developers agarraram-se a elas com unhas e dentes porque nem havia duvidas. Similarmente, a 3DS parece estar a ter suporte third party de relevo mais cedo do que a DS teve, neste caso a Nintendo nunca perdeu o monopolio, mas originalmente (hoje nem se percebe porquê, então se a Nintendo era lider de mercado nesse segmento) a Sony criou dúvida razoável com a PSP.
Espero bem mais suporte third party a uma Wii 2 independentemente do que a Nintendo faça.
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