Bem, apesar de não achar uma jogada excelente colocar outros jogos nas consolas rivais, claro que podia ter sido pior. Ainda assim, a porta ficou aberta a futuras mudanças. A ver vamos
De qualquer modo, para anunciar algo tão “pequeno” quanto isto, não valia mais a pena ter feito um Xbox wire pronto? “We are releasing 4 games on other platforms, 2 live service and 2 smaller games. Indiana and halo are not on the menu” e poupava-se uma semana de drama e desgaste da marca?
Eu quero muito ver a Xbox a competir com a PS e tanto eles como o mundo sabem que não será a fazer o que a PS já faz. Não penso que é pondo os jogos na PS que se vai mudar alguma coisa (...)
O facto de o "business update" ser feito no podcast oficial num formato de simples conversa/entrevista, sem um grande evento cheio de pompa e circunstância, revelaria logo que não seria um anúncio grande.
Questiono-me até se neste episódio do podcast oficial iriam abordar estes assuntos, ou se o podcast iria contar com este elenco sequer (altos quadros da Xbox), pois uma das várias nuances do(s) rumor(es) era que devido à propagação dos ditos, que tinham decido antecipar o anúncio da "mudança de estratégia".
Provavelmente iriam fazer isso que disseste, um anúncio no Xbox Wire/Twitter pelo Phil, e uns trailers no YouTube a acompanhar os anúncios oficias por parte das equipas de cada jogo, que ainda irão acontecer.
(Edit: como o
@_GM_ referiu, o Phil logo no início diz que tinham realmente o evento planeado, e que seria apenas para falar da ABK, de hardware e do tema das exclusividades - para preparar terreno para os anúncios mais tarde?).
O único anúncio real foi o do Diablo IV no GP a 28 de Março, já que a questão dos 4 jogos na concorrência foi mais um "pré-anúncio" e o resto foi conversa de PR para sossegar os ânimos.
E ainda havia quem acreditasse que iriam revelar que iriam tornar-se uma editora 3rd party, anunciar o fim do Game Pass, o fim da Xbox enquanto plataforma/marca, etc, etc, depois de todo o investimento que têm feito, e depois de terem tido toda uma planificação operacional para os próximos anos divulgada através de um leak, onde nada disso era contemplado. Mas adiante.
Havia imensa gente do lado a PS a pedir o Sea of Thieves, por exemplo. Sempre houve, desde que me lembro. Por um lado acho que o jogo está a precisar disso e está no ponto para tal (infelizmente talvez), pois nestes últimos anos alienaram completamente a comunidade veterana do jogo, fizeram um "dumb-down" parcial com todos os facilitismos que têm introduzido pela simples razão de facilitar porque sim, e está bastante mais noob-friendly, apesar de todo o conteúdo lançado. Ao basear-me em estatísticas do Steam, o jogo deve estar reduzido a algumas dezenas de milhares de jogadores...
O Grounded acaba por ser um caso semelhante de um GaaS a precisar de jogadores, mas sempre foi divulgado como um pequeno projecto de paixão e secundário dentro da Obsidian. Imagino que nunca teriam grandes ambições em termos de player count.
Pentiment e Hi-Fi Rush são lançamentos menores, em que no caso do Hi-Fi o mesmo terá superado as expectativas, e então compreende-se o seu lançamento noutras plataformas por haver mercado, à semelhança do SoT.
Não estou a ver no entanto Pentiment e Grounded a alterar algo. Se o Hi-Fi e o SoT ainda poderão gerar mais algumas vendas e receitas (o SoT já há alguns anos que dá bastante destaque à loja ingame), não vejo isso a acontecer no caso dos outros dois.
O Phil diz que são jogos com mais de 1 ano de lançamento e que já terão atingido o seu potencial na Xbox e no PC. Deixa a porta aberta para outros lançamentos no futuro (serão os critérios os da frase anterior?), mas ao mesmo tempo diz que as exclusividades não vão a lado nenhum - no caso destes, o SoT é de 2018, o Grounded de 2020, o Pentiment de 2022 e o Hi-Fi Rush de 2023, e são IPs novos e secundários no panorama da Xbox.
A Xbox tem tido uma clara dificuldade em penetrar em certos mercados e em atrair jogadores fiéis a outras plataformas, principalmente à PlayStation, e talvez seja um passo que vejam como necessário nessa direcção com o objectivo de atrair jogadores para o ecossistema Xbox, mesmo que não seja numa "caixa X". Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha. Despertando o interesse, é depois acenar-lhes com o Game Pass e atraí-los para uma "caixa X".
O facto do Matt Booty dizer que o querem fazer no entanto com recurso a cross-play e a cross-save, como já é habitual no ecossistema, não me parece que já deixar a Sony muito contente. Mas face aos nomes que são apontados, acho que a Sony não tem muito a temer - o nome mais forte é o Sea of Thieves, no máximo irá competir com os GaaS da Sony, não retirando mercado a séries como God of War, Spider-Man, Last of Us, etc.
Depois, pode também ser uma jogada para apaziguar reguladores, no presente e no futuro...
TV : I want to go back to something you mentioned in the FTC v. Microsoft case. You testified that putting Xbox games on PlayStation means that Sony uses that 30 percent of revenue that they get from those transactions to try to basically kill Xbox or undermine Xbox in certain ways. So why would you want to do more games on that platform if that’s the case?
PS : Maybe this is why we’re doing four [laughs].
Nunca mudes jagunço. Nunca mudes.
Imagina a MS a colocar os seus principais IPs na PS. Iriam não só potencialmente encher mais os seus bolsos, mas também os da Sony.
Além do mais, isto pode não passar simplesmente de uma estratégia com o objectivo indirecto de apaziguar os reguladores, juntando o útil ao agradável.