Acho que a verdadeira "lição" a retirar é que qualquer marca, por muito (aparentemente) confortável que seja a sua posição no mercado, está apenas a uma decisão má de perder milhões de utilizadores.
Claro; uma má decisão e/ou mau timing.
A PS3 foi mau poder de decisão (em todas as decisões de hardware que tomaram) e mau timing.
Mas confio que a Nintendo não os cometa de forma irreversivel, pelo menos até ao fim desta geração; em termos de hardware são sempre conservadores a linha do dia é optimização e facilidade de programação por isso não creio que se metam a inventar (ao nível da PS3) para fomentar exclusivos tecnologicos "presos" a uma programação/arquitectura de sistema "parva", em vez disso vão tentar diferenciar a plataforma das restantes a nível de features.
Aliás, se alguma coisa que os cometa agora com a 3DS, para encarrilarem com a sucessora da Wii. A segunda geração da liderança de uma marca... não quero que ma tirem; tem tudo para ser uma geração mais interessante que esta está a ser (infelizmente).
Se achas que tanto a PSX como a PS2 lideraram pelos mesmos motivos que a Wii parece-me que tu é que estás enganado. E nem uma nem a outra eram "mais fracas" do que as consolas da concorrência quando saíram para o mercado. A PSX estava perfeitamente à altura da Saturn - era inferior em alguns aspectos, superava noutros, o que é certo é que a maior parte dos jogos multiplataforma eram superiores na consola da Sony - e a PS2 - muito mal explorada no início, diga-se, mas o tempo "deu-lhe razão" - não era inferior à DC.
Olha que não. A PSone era tecnologia bastante idosa quando saiu, basta dizer que o GPU era mais simples que o da SNES e se valia da completa ausencia de precisão do rendering para tirar mais poligonos e framerate. (ausencia de z-buffer, affine texture mapping, ausencia de correcção de perspectiva e poligon snap to 2D grid ie: ausência de coordenadas abstractas). A Saturn por sua vez utilizava algo muito próximo do OpenGL, tal como a N64. E a qualidade de imagem era das piores de sempre (montes de flickering logo a ligar)
Nas contas finais da geração, a PSone era bastante fraca, valeu-lhe o investimento e a posição de liderança (e o facto das outras serem mais dificeis de programar, terem fee's mais altas, uma delas usar cartuchos e ambas inicialmente guardarem alguma informação confidencial sobre como tirar o melhor do hardware para si, entre milhentos outros factores). Mas sim, como dizes os resultados finais também contam e a PSone tinha consistentemente o software mais polido face à Saturn.
A PS2... idem (muda o facto de a PSone ser simples de programar e a PS2 nem por isso), tiveste pessoas a queixarem-se que tinham de tratar as texturas como não faziam desde o Apple II (16 cores), a Dreamcast era mais fraca, mas era uma texturing beast, os titulos de lançamento da PS2 corriam a 320x240 não progressivos (face aos 640x480 progressivos standard na DC) e tinham pior aspecto... Enfim, as lacunas da PS2 eram incriveis (é o que dá usar um custom GPU feito por uma empresa que simplesmente não tem knowhow no assunto) valeu-lhe a liderança e o investimento porque tudo o que quisesses fazer ali... tinhas de programar e manipular o hardware para fazer.
Caso não tivesse liderado, tinha sido o equivalente de uma Sega 32x, ou uma Atari Jaguar; ninguém tirava nada dali, por "teoricamente" capaz que fosse. A PS2 em particular podia e devia ter sido hardware muito melhor e fácil de programar para a altura em que saiu.
Não é uma questão de ser "contra" ou a favor. É a realidade. A Nintendo percebeu que havia potencial num novo mercado que até então estava pouco explorado e lucrou com isso. Não vejo motivos para haver tanto pudor em admiti-lo quando essa sempre foi a estratégia assumida pela própria Nintendo desde que colocou a Wii no mercado.
Claro, acho que o que ele quer dizer é que uma coisa não implica o abandono da outra; a Nintendo sabe e disse-o várias vezes que sabe que os early adopters nunca são os casuais e continua a fazer jogos para hardcores (mais que casuais) a questão é que se politizou demasiado esta questão esta geração (com pessoas a afirmarem que a Nintendo tinha abandonado o mercado hardcore) não é verdade, mas danificou a imagem da empresa (e era esse o objectivo)
Todas as plataformas que lideraram tinham mais software casual que a concorrencia, sem propriamente tentarem. A Nintendo simplesmente viu a questão de forma analitica e proporcionou isso... Mas a ideia nunca foi proporcionar "só" isso. (e as third party's... Em vez de procurarem janelas de oportunidade "reais" saltam em mercados saturados com propostas de baixo orçamento... claro que tinha de dar porcaria; e deu em todas plataformas esta geração. Há milhentos flops de fps's mais "low profile" na X360, por exemplo, o mercado está saturado desse género por lá)
Tanto que a 3DS começou como um manifesto de que se trata de uma plataforma hardcore com suporte third party de relevo, precisamente porque foi necessário fazê-lo (idealmente, não seria, mas é a conjuntura).