The Legend of Zelda: Twilight Princess (TP) é mais um excelente jogo de uma das melhores e mais queridas séries da Nintendo, tendo sido lançado para a Gamecube e a Wii, no Natal de 2006. Ao contrário de Wind Waker, que apresenta gráficos em cel shading, Twilight Princess apresenta gráficos realistas, na onda dos jogos da Nintendo 64, Ocarina of Time e Majora's Mask, facto que agradou bastante aos inúmeros fãs do jogo, pois embora Wind Waker tenha sido aclamado e muito bem recebido, a verdade é que muitos fãs de Zelda ansiavam há muito por um titulo Zelda que explorasse a fundo as potencialidades do cubo.
Em 2003, a Nintendo anunciou que estava a produzir um novo jogo Zelda para a GameCube, tendo como working title: The Wind Waker 2. A ideia de Eiji Aonuma seria voltar a utilizar o estilo gráfico de Wind Waker, no entanto, a delegação da Nintendo na América fez bastante pressão para que tal não acontecesse, justificando que as vendas norte-americanas de The Wind Waker foram piores que o esperado, devido ao look cartoon. Com esta preocupação em mente, Aonuma e Shigeru Miyamoto resolvem apontar baterias para um jogo Zelda realista, cujo ponto de partida seria começar por materializar as ideias que foram abandonadas em The Legend of Zelda: Ocarina of Time (como os combate a cavalo), por vários motivos, desde limitações do hardware a restrições de tempo.
TP foi apresentado pela primeira vez na E3 de 2004, naquela que é considerada por muitos como a melhor reacção do público à apresentação de um jogo, tendo ficado para a história do certame a reacção completamente eufórica de muitos dos presentes à medida que o trailer ia sendo apresentado.
Apresentação do jogo na E3. A receção do público é algo de fantástico
Mas, como é apanágio na Nintendo, o jogo apenas saiu quando Miyamoto e Aonuma acharam que estava pronto, o que apenas veio a acontecer no final de 2006, época em que a GC estava mais do que moribunda e a Wii estava para ser lançada. Muito se especulou na possibilidade de o jogo ser cancelado na 128 Bits, passando a ser um titulo de lançamento da nova consola sendo que, felizmente, apenas a segunda premissa se veio a concretizar, com o jogo a ser lançado quer na GC, quer na Wii, agradando assim a todos.
O jogo começa com Link, que vive em Ordon Village, uma vila da província de Ordona, nos arredores de Hyrule e trabalha como ajudante no rancho. Ao perseguir monstros que raptaram os seus amigos, Link é levado para o Twilight Realm, onde se transforma em lobo e é encarcerado no Castelo de Hyrule. Uma estranha criatura chamada Midna ajuda-o a escapar da sua cela e juntos acabam por encontrar outra prisioneira muito especial: a Princesa Zelda, que explica que o Rei de Twilight, Zant, tem como intuito fundir o Twilight Realm com Hyrule para formar uma terra de escuridão e infelicidade, cabendo aos nossos heróis, Link e Midna a responsabilidade de deter esta ameaça.
Em Twilight Princess, Link conta com um arsenal de armas bastante diverso, juntando alguns dos itens clássicos como o Boomerang ou o Arco e Flechas a novidades como o ClawShot, o Spinner ou a Ball and Chain. Na GC jogabilidade é excelente, sendo um aprimorar do que se viu nos anteriores Zeldas 3D, enquanto que na Wii, obviamente, que o Wiimote permite oferecer à jogabilidade outra dimensão, com o jogador a utilizar o revolucionário comando da Wii como se de uma espada se tratasse, enquanto manobrava o Nunchuk como se efetivamente estivesse a utilizar um escudo. Agora o sistema pode parecer algo gasto (sobretudo se for comparado como o utilizado em Skyward Sword), mas convém não esquecer que em 2006, TP foi pioneiro.
Um dos pontos mais criticados em Wind Waker eram as longas e extenuantes viagens de barco, com os jogadores a manifestarem saudades de cavalgarem pelos prados de Hyrule no dorso de Epona. E a Nintendo fez-lhes a vontade. O mapa principal é dividido em quatro províncias: Ordona Province, Faron Province, Eldin Province e Lanayru Province (nomes dos quatro espíritos protetores da luz que Zant amaldiçoa), além das áreas Great Desert e Snowpeak, sendo possível percorrer o mapa a pé, ou, lá está, utilizando a nossa fiel égua, tendo sido incluido a possibilidade de combater montado a cavalo.
Quanto à OST, uma vez mais o senhor Koji Kondo fez um trabalho de grande qualidade, com TP a apresentar algumas das mais belas melodias que já se ouviu num jogo Zelda
Gostos e opiniões à parte, The Legend of Zelda: Twilight Princess é um grande jogo. A Nintendo demonstrou que também sabe ouvir os fãs, dando-lhes exatamente aquilo que eles pediram. Apelidado por muitos como o Ocarina of Time moderno, TP raramente aparece nas listas dos melhores jogos Zelda, mas foi sem dúvida um dos melhores jogos de 2006 e um dos grandes títulos, quer da Game Cube, quer da Wii.