Após a Nintendo ter dado nova vida a uma indústria de videojogos que estava moribunda, uma conceituada companhia de jogos arcade, a Sega, resolve entrar no ramo do hardware com um projeto chamado Master System.
Lançada inicialmente no Japão em Outubro de 1985, a Master System enfrentou grandes dificuldades devido a forte concorrência do Famicom da Nintendo, que detinha contrato de exclusividade com cerca de 80% das produtoras de software, não deixando grande margem de manobra para a 8 Bits da Sega, que passou a contar praticamente apenas com os excelentes jogos Sega, muitos deles convertidos diretamente das arcades. A Sega Master System no Japão também é conhecida como "Mark-III" contendo a adição do chip "FM YM2413", sendo "Outrun" o primeiro jogo a usa-lo para gerar sons (em vez de utilizar o SN76489) quando este é devidamente detetado. No entanto, em 1987 a Sega também lançou no Japão a versão 'internacional' da consola, com o mesmo design e o mesmo nome com o qual ficou famoso no resto do mundo: Sega Master System. Em 1989 (!) é lançado no Japão o último jogo Master System.
O baixo sucesso no Japão não evitou que a SEGA lançasse a Master System no resto do mundo. Nos Estados Unidos a consola é lançada em 1986, mas o domínio da Nintendo também era muito grande, e logo a SEGA vendeu os direitos de comercialização da consola nos EUA para a Tonka. Mesmo assim, a popularidade do aparelho foi diminuindo, não conseguindo uma fatia decente do mercado, totalmente dominado pela Nintendo e pela sua NES. Nos EUA o último jogo a chegar à consola data de 1991.
Master System 1
Em 1990, após o lançamento da Sega Genesis, a SEGA recuperou os direitos de comercialização da Master System nos EUA e lançou uma versão com um novo design, denominada Master System II. Esse novo modelo era mais barato, mas por outro lado foram removidos o botão de Reset e a entrada para óculos 3D, impossibilitando a utilização desse acessório em alguns jogos. Além de não possuir conectores de áudio e vídeo, ele só podia ser conectado na TV por cabo RF, que apresentava uma pior qualidade de imagem e som.
O fracasso da consola nos EUA e Japão levou a Sega a planear meticulosamente as estratégias para fazer a sua nova consola, a Mega Drive, bem-sucedida nesses mercados. Em 1988 (apenas três anos após o lançamento das Master) já se falava na Mega Drive, o que fez com que a consola estivesse muito pouco tempo no mercado.
Master System 2
Na Europa a história foi diferente, com a Master System a ser muito bem aceite e conseguir ombrear com a NES, chegando a países onde a Nintendo ainda não vendia a sua consola. Diversos produtores europeus produziram jogos para a Master System, e o aparelho teve suporte da SEGA Europeia até 1996 (em contraste a SEGA Americana, que desistiu da console logo em 1992). Nos anos 90, mesmo com a Mega Drive e a Super Nintendo no mercado, a Sega nunca desistiu da sua 8 Bits, colocando-a no mercado a preços baixissimos (cheguei a vê-la a 10 contos! Que equivale a 50 euros), já com jogos embutidos na consola (Sonic ou Alex Kidd), o que tornava a consola acessivel a todas as carteiras, que numa época em que os jogos eram para crianças, tornava a Master System na prenda ideal para os pais darem aos filhos. Em 1996 a Europa vê ser lançado o derradeiro título da consola.
Master System 3
O Master System original aceita jogos em cartuchos e cartões. O tamanho máximo de um jogo em cartão é de 32KBits, enquanto o maior jogo lançado em cartucho possui 8MBits. O suporte a cartões foi abandonado nas versões posteriores do aparelho.
Embora não tenha tido o sucesso que a Sega esperava, a Master System é uma consola importante na história da indústria dos videojogos, nem que seja por ter sido a primeira consola da mítica gigante nipónica. Apesar de no resto do mundo ter sido abandonada cedo demais, como se de um cão com peste bubónica se tratasse, na Europa a consola gozou de excelente vitalidade, com a Sega a ter a inteligencia de a transformar na sua consola "low cost", acessivel para todos e que constituiu a entrada de muitos jogadores no mundo Sega, pois a seguir a uma experiência positiva com a consola, era normal quererem comprar uma Mega Drive ou uma Saturn.
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Especial Verão, Mega Force nº16, 1993
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