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Depois de uma busca rápida, acho incrível que ainda não tenha sido colocado um tópico sobre este jogo para a GameCube.
Fire Emblem - Path of Radiance (PoR de agora em diante) é um RPG de estratégia lançado em 2005 (Abril no Japão, Novembro na Europa) produzido por um estúdio 2nd party da Nintendo chamado Intelligent Systems, responsável por títulos como Super Paper Mario e pela série Nintendo Wars (da qual fazem parte Famicom Wars, Super Famicom Wars, Advance Wars e Battalion Wars).
Site oficial - http://www.fire-emblem.com/pathofradiance/launch/index.html
Fire Emblem World - http://www.nintendo.co.jp/fe (em japonês)
PoR é o nono capítulo de uma série que se iniciou em 1990 no NES - foram realizados dois jogos para o NES, três para o SNES, três para o GBA, um para a GameCube e por enquanto um para a Wii. A título de curiosidade, refira-se que a série Fire Emblem inaugurou o género de RPGs de estratégia por turnos - ou seja, não se trata de jogos de estratégia pura nem de RPGs de exploração - cada título da série tem um número de capítulos onde devemos combater por turnos, eliminar adversários, juntar aliados e aumentar as capacidades de cada membro da equipa e isto é uma corrente que se prolonga desde o primeiro título. Já agora, o quinto jogo da série, Fire Emblem Thracia 776, lançado em 2000, foi o último lançamento comercial para o Super Famicom.
Infelizmente, só em 2002 é que a série começou a ser lançada no ocidente. O primeiro Fire Emblem a ver a luz do dia fora do Japão foi o segundo título para o GBA, conhecido no ocidente apenas como "Fire Emblem", embora no Japão tivesse um nome mais elaborado. Talvez a Nintendo não tivesse visto potencial comercial na série até então, mas em 2001, Super Smash Bros. Melee incluiu duas personagens que aumentaram a curiosidade dos ocidentais - Marth (estrela dos primeiros jogos da série e que foi escolhido por "sondagem" realizada no Japão) e Roy (que iria aparecer nos próximos títulos para o GBA). A curiosidade levou a que a NoA e a NoE decidissem por fim traduzir os próximos títulos da série e lançá-los no ocidente.
Em PoR devemos comandar um grupo de mercenários que se vê arrastado para um conflito que ameaça destruir o continente de Tellius. Não vou dar demasiados pormenores sobre a história, mas Tellius é um continente onde coexistem com dificuldade duas raças - os Beorc (humanos) e os Laguz (híbridos que assumem uma forma humana e uma forma animal, com capacidades físicas muito superiores). Devido a submissão a que os Beorc submeteram os Laguz no passado, existe um forte ressentimento destes em relação aos humanos e um sentimento de desprezo dos humanos em relação aos Laguz, a quem muitas vezes chamam "sub-humanos". A paz frágil que existe em Tellius é quebrada quando o reino de Daein, detentor de uma enorme capacidade militar e liderado por Ashnard, monarca cruel e sem escrúpulos, ataca o reino de Crimea [não tem nada a ver com a Crimeia, essa fica na Ucrânia]. É então que uma equipa de mercenários comandada por um respeitável homem chamado Greil é arrastada para o conflito e se vê a braços com a herdeira do trono de Crimea (cuja existência era desconhecida do público e que acabara de escapar da capital depois de os seus ascendentes serem assassinados pelas tropas de Daein) o que atrai a atenção dos invasores. Rapidamente, o conflito alastra aos reinos vizinhos de Begnion, Gallia [um dos reinos dos Laguz e que não tem nada a ver com a Gália que foi conquista pelos romanos há 2000 anos], Phoenicis, Kilvas e Goldoa (todos estes reinos pertencentes a Laguz de tribos diferentes). O resultado acaba por ser positivo, uma vez que o envolvimento de todos os reinos do continente num único objectivo (derrotar Daein) atrai novos e necessários elementos à nossa equipa.
O jogo propriamente dito está dividido em capítulos - cada capítulo é precedido de uma introdução onde nos são narrados acontecimentos e assistimos a diálogos entre personagens. Durante o capítulo propriamente dito, o nosso objectivo pode ser o de derrotar o comandante inimigo, evitar que o inimigo atinja uma das nossas posições, atingir um determinado ponto para reclamar a conquista do local, ou apenas sobreviver durante X turnos. Cada mapa encontra-se dividido em quadrículas (cujas linhas linhas divisórias podem ser eliminadas no écran de opções) e movimentamo-nos à semelhança de um jogo de tabuleiro - quando estamos na nossa vez, escolhemos a unidade desejada, levamo-la para onde queremos dentro do seu raio de acção (que varia, consoante se trate de uma unidade mais leve ou mais pesada, voadora ou terrestre, montada ou apeada) e em seguida escolhemos o que queremos fazer - utilizar um objecto (para restaurar pontos de vida ou melhorar um atributo), oferecer um dos nossos objectos a um membro do grupo que esteja ao lado, atacar um inimigo que esteja ao nosso alcance, empurrar alguém (tanto inimigo como aliado), salvar um aliado que esteja em perigo (desde que esteja ao nosso lado), etc...
Cada unidade obedece a uma série de aspectos - se é Beorc ou Laguz, qual a sua classe - espadachim, mago, paladino, arqueiro, sacerdote, etc, só se aplica com os Beorc; quais os seus atributo quantitativos - pontos de vida, poder de ataque, habilidade, defesa contra ataques físicos, resistência contra ataques mágicos, velocidade, capacidade de evitar ataques inimigos, mobilidade, velocidade, sorte, etc; qual o seu nível de entendimento com as outras personagens - um nível de entendimento mais elevado significa uma maior produtividade no combate; qual o seu nível de utilização das armas - não podemos colocar uma arma demasiado poderosa na mão de uma personagem sem experiência suficiente; qual o seu biorritmo; etc.
A nível de armamento, temos bastante variedade - cada categoria de armas apresenta um nível que vai desde as mais simples às mais devastadoras, quer se trate de espadas, machados, lanças, dardos, arcos ou compostos mágicos. Contudo, a maioria das armas tem uma utilização limitada - as mais simples podem ser utilizadas 40 vezes, outras podem ser utilizadas 15 vezes e as magias de maior alcance apenas podem ser utilizadas 5 vezes. Após o limite, a arma é destruída e temos de a substituir - porém, há armas que são únicas e não podem ser substituídas. Em cada combate onde participamos ,ganhamos pontos de experiência (EXP), a cada 100 EXPs a nossa personagem sobe um nível até atingir um limite máximo e por cada nível que subimos, os atributos melhoram e o nível de manuseamento das armas sobe igualmente com a utilização destas.
Do ponto de vista técnico, PoR é o primeiro Fire Emblem a ser realizado em 3D - embora a mecânica do jogo seja virtualmente idêntica, os gráficos da GameCube permitem um maior nível de detalhe e de exploração. Contudo, na minha opinião o melhor da realização gráfica do jogo nem sequer são os cenários das missões, são os cenários das transições entre os capítulos e os cel-shadings das personagens durante os diálogos. Mesmo assim, já se viu bem melhor na GameCube a nível de gráficos.
Em relação ao som, cumpre a sua função - os efeitos sonoros são o que se espera, o voice acting é muito limitado (apenas utilizado nas cut scenes) mas não podia ser aplicado a todos os diálogos uma vez que estes são susceptíveis a alterações consoante a forma como o combate flui. A música é bastante boa, de contornos épicos, como convém a um título como este.
A jogabilidade é tudo aquilo que deve ser - entrar num combate requer preparação e o jogo dá-nos essa oportunidade. A partir do capítulo 7, podemos comprar armas (e até forjar algumas) e objectos, bem como distribuir pontos de EXP ganhos durante o capítulo anterior - assim, é possível desenvolver as unidades menos rodadas. Temos igualmente oportunidade de estudar o inimigo e de escolher as unidades que queremos levar para o combate, de forma a que quando a missão começa, não sejamos desagradavelmente surpreendidos. Durante o combate, apesar de o jogo ser complexo, a interacção é relativamente simples e cada vez que somos deparados com uma situação nova, temos direito a uma explicação.
Um dos aspectos mais controversos sobre a série diz respeito à morte - não propriamente a exibições gráficas da morte, mas sobre as situações em que um companheiro morre. Com muito poucas excepções, um companheiro que morre desaparece do jogo e não volta mais a comparecer. As excepções dizem respeito a um pequeno núcleo de elementos essenciais que, ao perderem todos os pontos de vida, abandonam o campo de batalha e passam a participar passivamente - ou seja, não podem mais combater mas podem dar conselhos.
Bem, isto foi um ensaio do catano! Não sei quantas pessoas aqui do fórum é que têm o jogo, eu comprei-o só este ano, novinho e selado na Amazon francesa por €32 e foi uma das melhores compras que podia ter feito - estou à beira de o acabar no modo "easy" (que já é muito exigente, PoR não é amigo do jogador ocasional e exige bastante concentração, uma desatenção quanto ao raio de acção de uma personagem ou quanto à capacidade de um ataque pode deitar uma missão inteira a perder) e em seguida quero tentar o nível "normal", desta vez já sem os erros que cometi nas primeiras missões.
Fire Emblem - Path of Radiance (PoR de agora em diante) é um RPG de estratégia lançado em 2005 (Abril no Japão, Novembro na Europa) produzido por um estúdio 2nd party da Nintendo chamado Intelligent Systems, responsável por títulos como Super Paper Mario e pela série Nintendo Wars (da qual fazem parte Famicom Wars, Super Famicom Wars, Advance Wars e Battalion Wars).
Site oficial - http://www.fire-emblem.com/pathofradiance/launch/index.html
Fire Emblem World - http://www.nintendo.co.jp/fe (em japonês)
PoR é o nono capítulo de uma série que se iniciou em 1990 no NES - foram realizados dois jogos para o NES, três para o SNES, três para o GBA, um para a GameCube e por enquanto um para a Wii. A título de curiosidade, refira-se que a série Fire Emblem inaugurou o género de RPGs de estratégia por turnos - ou seja, não se trata de jogos de estratégia pura nem de RPGs de exploração - cada título da série tem um número de capítulos onde devemos combater por turnos, eliminar adversários, juntar aliados e aumentar as capacidades de cada membro da equipa e isto é uma corrente que se prolonga desde o primeiro título. Já agora, o quinto jogo da série, Fire Emblem Thracia 776, lançado em 2000, foi o último lançamento comercial para o Super Famicom.
Infelizmente, só em 2002 é que a série começou a ser lançada no ocidente. O primeiro Fire Emblem a ver a luz do dia fora do Japão foi o segundo título para o GBA, conhecido no ocidente apenas como "Fire Emblem", embora no Japão tivesse um nome mais elaborado. Talvez a Nintendo não tivesse visto potencial comercial na série até então, mas em 2001, Super Smash Bros. Melee incluiu duas personagens que aumentaram a curiosidade dos ocidentais - Marth (estrela dos primeiros jogos da série e que foi escolhido por "sondagem" realizada no Japão) e Roy (que iria aparecer nos próximos títulos para o GBA). A curiosidade levou a que a NoA e a NoE decidissem por fim traduzir os próximos títulos da série e lançá-los no ocidente.
Em PoR devemos comandar um grupo de mercenários que se vê arrastado para um conflito que ameaça destruir o continente de Tellius. Não vou dar demasiados pormenores sobre a história, mas Tellius é um continente onde coexistem com dificuldade duas raças - os Beorc (humanos) e os Laguz (híbridos que assumem uma forma humana e uma forma animal, com capacidades físicas muito superiores). Devido a submissão a que os Beorc submeteram os Laguz no passado, existe um forte ressentimento destes em relação aos humanos e um sentimento de desprezo dos humanos em relação aos Laguz, a quem muitas vezes chamam "sub-humanos". A paz frágil que existe em Tellius é quebrada quando o reino de Daein, detentor de uma enorme capacidade militar e liderado por Ashnard, monarca cruel e sem escrúpulos, ataca o reino de Crimea [não tem nada a ver com a Crimeia, essa fica na Ucrânia]. É então que uma equipa de mercenários comandada por um respeitável homem chamado Greil é arrastada para o conflito e se vê a braços com a herdeira do trono de Crimea (cuja existência era desconhecida do público e que acabara de escapar da capital depois de os seus ascendentes serem assassinados pelas tropas de Daein) o que atrai a atenção dos invasores. Rapidamente, o conflito alastra aos reinos vizinhos de Begnion, Gallia [um dos reinos dos Laguz e que não tem nada a ver com a Gália que foi conquista pelos romanos há 2000 anos], Phoenicis, Kilvas e Goldoa (todos estes reinos pertencentes a Laguz de tribos diferentes). O resultado acaba por ser positivo, uma vez que o envolvimento de todos os reinos do continente num único objectivo (derrotar Daein) atrai novos e necessários elementos à nossa equipa.
O jogo propriamente dito está dividido em capítulos - cada capítulo é precedido de uma introdução onde nos são narrados acontecimentos e assistimos a diálogos entre personagens. Durante o capítulo propriamente dito, o nosso objectivo pode ser o de derrotar o comandante inimigo, evitar que o inimigo atinja uma das nossas posições, atingir um determinado ponto para reclamar a conquista do local, ou apenas sobreviver durante X turnos. Cada mapa encontra-se dividido em quadrículas (cujas linhas linhas divisórias podem ser eliminadas no écran de opções) e movimentamo-nos à semelhança de um jogo de tabuleiro - quando estamos na nossa vez, escolhemos a unidade desejada, levamo-la para onde queremos dentro do seu raio de acção (que varia, consoante se trate de uma unidade mais leve ou mais pesada, voadora ou terrestre, montada ou apeada) e em seguida escolhemos o que queremos fazer - utilizar um objecto (para restaurar pontos de vida ou melhorar um atributo), oferecer um dos nossos objectos a um membro do grupo que esteja ao lado, atacar um inimigo que esteja ao nosso alcance, empurrar alguém (tanto inimigo como aliado), salvar um aliado que esteja em perigo (desde que esteja ao nosso lado), etc...
Cada unidade obedece a uma série de aspectos - se é Beorc ou Laguz, qual a sua classe - espadachim, mago, paladino, arqueiro, sacerdote, etc, só se aplica com os Beorc; quais os seus atributo quantitativos - pontos de vida, poder de ataque, habilidade, defesa contra ataques físicos, resistência contra ataques mágicos, velocidade, capacidade de evitar ataques inimigos, mobilidade, velocidade, sorte, etc; qual o seu nível de entendimento com as outras personagens - um nível de entendimento mais elevado significa uma maior produtividade no combate; qual o seu nível de utilização das armas - não podemos colocar uma arma demasiado poderosa na mão de uma personagem sem experiência suficiente; qual o seu biorritmo; etc.
A nível de armamento, temos bastante variedade - cada categoria de armas apresenta um nível que vai desde as mais simples às mais devastadoras, quer se trate de espadas, machados, lanças, dardos, arcos ou compostos mágicos. Contudo, a maioria das armas tem uma utilização limitada - as mais simples podem ser utilizadas 40 vezes, outras podem ser utilizadas 15 vezes e as magias de maior alcance apenas podem ser utilizadas 5 vezes. Após o limite, a arma é destruída e temos de a substituir - porém, há armas que são únicas e não podem ser substituídas. Em cada combate onde participamos ,ganhamos pontos de experiência (EXP), a cada 100 EXPs a nossa personagem sobe um nível até atingir um limite máximo e por cada nível que subimos, os atributos melhoram e o nível de manuseamento das armas sobe igualmente com a utilização destas.
Do ponto de vista técnico, PoR é o primeiro Fire Emblem a ser realizado em 3D - embora a mecânica do jogo seja virtualmente idêntica, os gráficos da GameCube permitem um maior nível de detalhe e de exploração. Contudo, na minha opinião o melhor da realização gráfica do jogo nem sequer são os cenários das missões, são os cenários das transições entre os capítulos e os cel-shadings das personagens durante os diálogos. Mesmo assim, já se viu bem melhor na GameCube a nível de gráficos.
Em relação ao som, cumpre a sua função - os efeitos sonoros são o que se espera, o voice acting é muito limitado (apenas utilizado nas cut scenes) mas não podia ser aplicado a todos os diálogos uma vez que estes são susceptíveis a alterações consoante a forma como o combate flui. A música é bastante boa, de contornos épicos, como convém a um título como este.
A jogabilidade é tudo aquilo que deve ser - entrar num combate requer preparação e o jogo dá-nos essa oportunidade. A partir do capítulo 7, podemos comprar armas (e até forjar algumas) e objectos, bem como distribuir pontos de EXP ganhos durante o capítulo anterior - assim, é possível desenvolver as unidades menos rodadas. Temos igualmente oportunidade de estudar o inimigo e de escolher as unidades que queremos levar para o combate, de forma a que quando a missão começa, não sejamos desagradavelmente surpreendidos. Durante o combate, apesar de o jogo ser complexo, a interacção é relativamente simples e cada vez que somos deparados com uma situação nova, temos direito a uma explicação.
Um dos aspectos mais controversos sobre a série diz respeito à morte - não propriamente a exibições gráficas da morte, mas sobre as situações em que um companheiro morre. Com muito poucas excepções, um companheiro que morre desaparece do jogo e não volta mais a comparecer. As excepções dizem respeito a um pequeno núcleo de elementos essenciais que, ao perderem todos os pontos de vida, abandonam o campo de batalha e passam a participar passivamente - ou seja, não podem mais combater mas podem dar conselhos.
Bem, isto foi um ensaio do catano! Não sei quantas pessoas aqui do fórum é que têm o jogo, eu comprei-o só este ano, novinho e selado na Amazon francesa por €32 e foi uma das melhores compras que podia ter feito - estou à beira de o acabar no modo "easy" (que já é muito exigente, PoR não é amigo do jogador ocasional e exige bastante concentração, uma desatenção quanto ao raio de acção de uma personagem ou quanto à capacidade de um ataque pode deitar uma missão inteira a perder) e em seguida quero tentar o nível "normal", desta vez já sem os erros que cometi nas primeiras missões.