Extreme cooling
Isolamento
Como em tudo na vida, há que adequar as acções perante o desafio que temos, portanto vamos tentar esclarecer a realidade no que diz respeito ao isolamento de uma motherboard, para utilização em "extreme cooling"
O que é pretendido do isolamento?
Essencialmente que as zonas circundantes ao socket estejam a salvo de água que provenha de condensação ou descongelamento.
Numa utilização em single stage, bastará ter uma boa retenção na maquina de frio, e aplicar alguns bocados de neoprene e papel absorvente nas zonas críticas perto do socket, e colocar uma porção generosa de pasta térmica e para umas horas de overclock será suficiente, desde que a retenção esteja bem colocada e não haja entradas de ar.
Caso estejam a pensar utilizar um sistema deste para o dia a dia, convém que o isolamento seja feito de forma mais completa, podendo até utilizar-se vaselina no socket, para que com a utilização, prolongada não aconteça corrosão nos pinos do cpu, ou nos contactos como nos INTEL, e a vaselina vai retirar espaço para quaisquer bolsas de ar que fiquem dentro do socket e provoquem o efeito de "verdete" com a utilização prolongada.
Um dos pontos chave a reter é o tempo de paragem quando se utiliza estes sistemas de arrefecimento, e esse perigo aumenta conforme a quantidade de frio que estamos a utilizar.
Ou seja, se ao longo da sessão de overclock houver muitas paragens, ou mesmo poucas que sejam algo prolongadas, leva a que se criem situações de descongelamento que podem por em risco a sessão e até o material, pois enquanto estamos a dar frio e carga ao sistema tudo está literalmente congelado e não há problema, mas se há paragens e descongelamento podemos criar pequenas concentrações de água em sítios fora do alcance visual, forçando por vezes á desmontagem do material para secar e refazer o isolamento.
Esta situação não se verifica com tanta facilidade em single stage, mas acontece com regularidade.
Com dry-ice ou Ln2 devemos reduzir as paragens ao mínimo, e evitar tempos mortos, para prevenir este efeito.
Apesar de existirem diversas formas de isolar o material, vamos falar essencialmente de 1 maneira. Falo da "borracha-pão", um material facilmente adquirido numa papelaria virada para profissionais, com um custo reduzido e que se pode reutilizar.
No caso que vamos ver na foto a motherboard foi isolada previamente com um verniz não condutor, que é irreversível, mas o isolamento pode ser feito só com a borracha pão, sem haver necessidade de inutilizar a motherboard ou de a deixar com marcas permanentes.
Como se verifica facilmente, todos os componentes na zona envolvente ao LGA (vulgo socket) estão cobertos e desde a zona dos mosfets até ao 1º slot de ram, e a zona do Northbridge, tudo está isolado, antevendo a quantidade de frio e gelo que se vai espalhar por toda essa área.
Nas imagens acima pode-se verificar a aplicação total da borracha pão na zona crítica, e já colocados os apoios do container.
Realço a importância de serem tapadas todas as fendas e pequenos buracos que possam existir, para que não se acumulem bolsas de ar, que irão seguramente condensar, com o abaixamento da temperatura.
Um dos factores fundamentais para a utilização de Ln2, é a utilização e correcta colocação da sonda, que irá dar a leitura da temperatura aproximada do CPU, pois vamos ter que perceber qual a temperatura mínima a que o processador consegue trabalhar antes de chegar ao infame "cold bug", e qual a temperatura mínima a que se consegue "bootar" com a maquina. o não menos infame "cold boot".
Por isso a colocação da sonda e o seu correcto funcionamento são uma parte fundamental da preparação e isolamento.
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A sonda deve ser colocada onde há "espaço" para a socket fechar mesmo com a sonda lá e deixá-la encostada no rebordo do cpu, preencher com massa térmica para obter temperatura mais aproximada possível, com a vantagem que a cada montagem, independentemente do container/bloco/cooler, teremos sempre um valor obtido nas mesmas circunstancias
Sonda já colocada por baixo do isolamento
Depois de se ter isolado convenientemente é altura de se ligar o termómetro e começar a adicionar o azoto.
Como podem verificar para além do isolamento referido, é igualmente colocado papel absorvente em redor do container, apesar do mesmo já estar envolvido em neoprene, e em todas as zonas que possam vir a sofrer de salpicos ou descongelamento, e assim absorver o máximo possível de água, evitando que chegue aos componentes.
Nunca é demais lembrar que o azoto no estado liquido está a -192ºC e pode provocar graves queimaduras, sendo muito importante manusear com extremo cuidado todas as fases do processo, desde o enchimento do DEWAR até aos recipientes mais pequenos, e posteriormente o container montado na maquina.
Pensamento a reter quando se mexe em extreme cooling, mais concretamente em Ln2:
-Fazer tudo com calma, e bem feito á 1ª
Para terminar, deixo uma esperança a todos aqueles que passam horas de volta do overclock, que afinal nem tudo está perdido e até existe público feminino disposto a participar.........
Steelballzz
ZDB Team
ZWAME 2009