Nunca me arrependi de comprar a GameCube no natal de 2002. A PS2 não me era apelativa e a Xbox ainda menos e continuo a achar que fiz uma opção correcta.
Vamos lá ver: apesar de tudo, investi pouco dinheiro na GC, comparado do o que investi na N64 e no SNES [metade, talvez menos], mas isto não se deve à falta de apoio das 3rd parties. É por motivos mais pessoais, a GameCube apanhou os meus anos de faculdade e por mais que eu goste de jogos, não ia sacrificar uma parte substancial dos estudos para jogar. Se em anos anteriores podia dar-me ao luxo de estudar quase em cima dos testes e mesmo assim ter boas notas, na faculdade isso já não acontecia e por esse motivo "externo" o meu cubo preto foi um bocado prejudicado.
É igualmente verdade que em Portugal foi muito mal amada. Em 2002-2003 ainda se viam bastantes para venda e os jogos que me interessavam estavam nas prateleiras. A partir de 2004, comecei a ver o panorama a desertificar-se, os jogos interessantes a desaparecerem e a não serem substituídos, jogos sem interesse a acumularem-se e a manterem o preço de €60 e o espaço da GC a ficar cada vez mais reduzido. Descobri também que era a única pessoa que conhecia [e ainda sou] a ter uma GameCube, não conheço pessoalmente mais ninguém que tenha uma
o que significa que multiplayer e emprestar jogos está fora de questão. Foi por isso que nunca comprei jogos que mostravam a sua "força" nestas modalidades, sou um jogador a solo.
Pontos positivos:
- é uma excelente máquina e qualquer pessoa entendida no assunto o comprova, em termos técnicos não sai diminuída quando comparada com a PS2 e com a Xbox, pelo contrário
- representa um novo passo para a Nintendo que beneficiou os seus jogos exclusivos, embora a N64 tenha sido um salto qualitativo muito maior
- é prática, embora não seja um cubo do ponto de vista geométrico, a seguir às portáteis é a máquina mais prática e fácil de arrumar que eu já tive
- Super Mario Sunshine, Super Smash Bros. Melee, Zelda: Wind Waker, Zelda: Twilight Princess, Metroid Prime, Eternal Darkness, Fire Emblem: Path of Radiance, Mario Kart Double Dash!, F-Zero GX, Animal Crossing, Donkey Konga, Odama, Soul Calibur II (com o Link), Resident Evil 4 [comparado ao da PS2], and so on...
Pontos negativos:
Geral e comum a todos os mercados: falta de apoio das 3rd parties, embora isto directamente me prejudique pouco, comprei a GameCube para jogar exclusivos da Nintendo. O único não-exclusivo que tenho é o Medal of Honor Frontline. Claro que indirectamente afecta-me: falta de apoio das 3rd parties = menos jogos apetecíveis = menos pessoas a comprar = menos oferta nas prateleiras e menos pessoas com quem jogar.
Particular e respeitante a Portugal:
- péssima divulgação, sobretudo face à sua maior concorrente; em Portugal só conhecem o nome GameCube as pessoas que se mantêm informadas em relação aos jogos e estas são uma franja do mercado. Perdoem-me a má fé, mas não vi um único de televisão à GameCube, tão pouco na imprensa escrita especializada [nem falo da imprensa generalista]
- muito má gestão do produto por parte da Concentra: nem um site oficial dedicado aos consumidores portugueses tivemos, mau trabalho no que diz respeito aos produtos [manuais de instruções fotocopiados e afins], preços demasiado altos [ainda hoje se encontram jogos com 3 e 4 anos a €60]
São estes os meus pontos positivos e negativos. Eu já deixei de comprar jogos em Portugal, só abro excepções aos jogos em segunda mão. Felizmente que temos a Amazon e outras lojas on-line onde posso comprar jogos que mesmo depois dos gastos de envio me ficam mais baratos. Não posso levar a mal os portugueses que não se interessam pela GameCube, uma vez que é precisa alguma paciência para descobrir o que ela pode fazer. E para mim não está morta, enquanto eu continuar a investir nela [coisa que hei-de fazer durante este ano e no próximo] o meu cubo vive. Afinal, ainda invisto no SNES