Está a apetecer-me escrever, lol.
Tenho que começar por dizer que nada tenho contra a Sony e a PlayStation, a não ser a sua politica de exclusivos, pois penso que todos têm o direito de jogar um título independentemente de ter a consola A B ou C, desde que esta tenha capacidades para correr o título em questão. Só defendo os esclusivos quando estes são criados pelas empresas donas da consola (Zelda e Mario na Nintendo, Halo na Xbox, e God Of War na PlayStation, por exemplo...). Não sou fanboy disto ou daquilo e se fôr fanboy de algo só pode ser de PC, os mais injustiçados nestas guerras de eclusividades.
Eu tenho uma GameCube, a minha 1ª consola. Tenho um primo que é fanboy da Nintendo e graças a isso posso jogar actualmente Wii e Ds, e no passado pude exprementar a Nintendo64, e a GameCube. A GameCube era e é uma consola poderosa que nunca foi aproveitada como devia ter sido, assim como todas as outras rivais da Sony nos ultimos anos (Dreamcast e Nintendo64).
Um dia entrei na ***** e eles tinham á venda a consola em promoção. Consola+jogo (Pokémon Colliseum)+cartão de memória+comando, tudo a 49€. Comprei de imediato, pois não tinha nenhuma consola para levar quando fosse passar férias, e principalmente pelo preço. Haviam jogos á venda e comandos em separado tudo a 9€, aproveitei e levei um 2º comando e mais 1 jogo (Final Fantasy Crystal Chronicles).
Fiquei bastante agradado com a consola, muito portátil, bonita e com grandes capacidades gráficas. Como queria jogar mais jogos e dar mais uso á consola coloquei-lhe um chip, e a partir daí tive acesso a toda a colecção de jogos da GameCube.
Joguei e jogo grandes jogos como Resident Evil 4 (a versão mais bonita de todas elas embora não ter os extras das outras), The Legend Of Zelda (qualquer um deles são jogos fantásticos), Tales Of Symphonia (enorme jogaço, com uma longevidade fora do normal, onde arrebentei com o ygdrasil - já passei o jogo 3 vezes e ainda estou a passar para arranjar grade suficiente para poder obter o ExpX10 para atingir o nível 200), entre muitos outros...
Para explicar o não sucesso da GameCube temos que voltar ao passado. Dreamcast e Nintendo 64 foram derrotadas pela 32 bits PlayStation (a estreia da Sony neste mercado), consola muito mais fraca que as suas concorrentes. A PlayStation 2 dominou quase por completo (no nosso país) as poderosas rivais GameCube e Xbox (outra estreia neste mercado agora por parte da Microsoft). A verdade é que 70% do sucesso da PlayStation deve-se á politica da Sony, criticável eticamente.
A Sony com o poder financeiro que tinha conseguiu roubar para a PlayStation titulos que estavam a ser previstos para a Dreamcast (foi isto que matou a poderosa consola da Sega) e Nintendo64, e além de roubar, comprou exclusividades dos melhores jogos (aqui foi muito esperta tendo bom olho para as melhores séries). A verdade é que o sucesso da PlayStation tem-se devido aos exclusivos que a Sony conseguia garantir, privando assim os seus rivais dos melhores titulos. Os outros 30% do sucesso deve-se á boa imagem que a marca Sony tem, as boas campanhas de publicidade em volta da mesma (esmigalham por completo as campanhas das outras), a presença que a Sony tem em Portugal ( a Nintendo teve a Concentra como inimiga), e as capacidades extra-videojogos que ambas as consolas tinham.
A Nintendo tem cometido erros que não consigo compreender de forma alguma quando tinha tudo para ter sucesso. Quando todas as consolas já usavam os 700 Mb que um CD permite, a Nintendo decidiu adoptar o sistema de cassetes para a Nintendo 64, limitando o espaço a uns miseros 250 Mb (por muito que digam que não, o espaço ocupado por um jogo cresce de acordo com a qualidade do mesmo). Além de limitar o espaço de manobra aos programadores, eliminou desde logo a possibilidade de funcionalidades extra como por exemplo a leitura de CD's de música que na altura era um mercado em crescimento, enquanto que a Playstation e a Dreamcast tinham essa opção.
Com o aparecimento do DVD, a PlayStation 2 já vinha equipada com um leitor dos mesmos e os seus jogos vinham neste formato disponibilizando uns fantásticos 4.7 Gb ás editoras, ou até mais com os jogos de dois DVD's. A Nintendo volta a cometer um erro com a sua teimosia agora com a GameCube. Incialmente om o medo da pirataria perdeu imenso tempo com sistemas anti-cópia dos seus jogos, e depois acabou por limitar o espaço a uns simples 1.3 GB contra os 4.7 das outras duas consolas. Com isto voltou a matar funcionalidades extra á sua consola como a leitura de DVD's, quando na verdade poderia continuar com os jogos em miniDVD, pois a GameCube tinha espaço mais que suficiente para ler discos de 12 cm e não tinha que alterar a estética da consola (existem mods - caixas - para a consola ler estes discos). Um erro incompreensivel por parte da Nintendo que perdeu logo um dos argumentos muitas vezes usado para comprar a PlayStation 2 na altura (jogos para os filhos e filmes para os pais - era um "brinquedo" para todos e não só para a pequenada). Nunca percebi este medo enorme da pirataria por parte da Nintendo, basta olhar para a PlayStation 2 que em 10 consolas 9 usam sistemas para correr jogos copiados e não é por isso que a consola tem menos sucesso - para piratear a consola é sempre preciso comprar a mesma.
Foram enormes erros cometidos pela Nintendo as o grande trunfo da Sony e da sua PlayStation sempre foram as exclusividades e direitos de jogos. A saga GTA que nasceu no PC foi roubada aos PC gamers tendo estes que actualmente esperar meses pela versão PC das suas sequelas depois desta sair para a PlayStation. Uma consola sem jogos é como um carro sem gasolina, e infelizmente para Nintendo, Sega e Microsoft os melhores titulos estavam todos com a poderosa rival. Além disso aninda roubou tecnologias criadas por outros como o sistema de vibração (já não existente na PS3 por essa mesma razão), e agora na PS3 temos o motor sensivel a movimentos quando eu em 1994 já tinha um comando com essas mesmas capacidades curiosamente criado por uma das rivais actuais da Sony (O comando era o Microsoft FreeStyle Pro).
Não fugindo do assunto, mas falando do mercado actual, a PS3 só veio salientar e muito o poder da marca PlayStation neste nosso país. A marca PlayStation é o que a Sony tem de mais poderoso economicamente e todo o mundo e no nosso país essa marca ganha uma importância ainda maior, Portugal é um país PlayStation. Qualquer jovem na geralidade quando fala de consolas só fala de PlayStation, aliás é o 1º nome que vem á cabeça das pessoas até pessoas que não são Gamers (muito longe disso). As vendas da PS3 na sua saída ficaram muito aquém das expectativas, mas curiosamente em Portugal teve um bom resultado, aliás foi onde a consola melhor vendeu na Europa (em França estava tudo ás moscas) tendo em conta o número da população e não se pode esquecer que Portugal é dos países mais pobres desta nossa Europa.
A PlayStation 3 não está a render o que muitos esperavam devido a vários factores mas principalmente porque está a provar do seu próprio veneno, está a sofrer com as exclusividades conquistadas por outros e a perca de algumas exclusividades, o mesmo que as derrotadas Dreamcast, Nintendo 64 e GameCube sofreram. A Microsoft não é pobre e com todo o poder financeiro que tem pode fazer a Sony beber o seu próprio veneno (é o que já está a fazer).
Não me arrependo de maneira nenhuma ter comprado a GameCube. Só o facto de ter jogado o melhor Resident Evil 4 de todos (o da Wii talvez seja melhor, mas nunca o joguei) valeu a pena, e já que falo em pena, é de facto muita pena que as editoras não tenham tirado o máximo que o cubo tinha para oferecer.