Sandra Maximiano - Nova Presidente da Anacom

Status
Fechado a novas mensagens.

nipnip

Power Member
Tudo indica que Sandra Maximiano será a nova presidente da Anacom

Sandra Maximiano, professora do ISEG especialista na área de Economia Pública e do Bem-Estar, deverá ser a próxima presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

"Confirmo que aceitei o convite para presidente do conselho de administração da Anacom", afirmou ao Dinheiro Vivo (DV) a académica, sem entrar em mais pormenores por estar em curso um processo formal.

A nomeação ainda não é um facto consumado. Falta a avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) e o parecer não-vinculativo da comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação. Contactados, o Ministério das Infraestruturas e a CReSAP não comentam o tema.

Sandra Maximiano, 47 anos, é licenciada e mestre em Economia pelo ISEG. Tem um doutoramento em Economia pela Universidade de Amesterdão (Países Baixos) e, ainda, um pós-doutoramento na Universidade de Chicago (EUA). Em Chicago, segundo um episódio do progrma da RTP "Portugueses pelo Mundo", sabe-se que morou no Hyde Park, bairro do ex-presidente dos EUA Barack Obama.

Todo o percurso profissional da economista especializada em Economia Pública e do Bem-Estar é na Academia, mas, ao que este jornal apurou, Sandra Maximiano quererá pôr-se à prova no terreno. O convite do Governo chegou por indicação do primeiro-ministro, António Costa, uma sugestão que João Galamba, ministro das Infraestruturas e que tutela a Anacom, aceitou, sabe o DV.

Fontes setoriais e académicas ouvidas pelo DV observam a escolha de Sandra Maximiano como um "ponto de interrogação muito grande".

Por um lado, a economista é "uma excelente académica", com "conhecimentos interessantes sobre modelos de decisão comportamentais" na economia, o que pode dar "um aporte positivo à Anacom". Dizem que "encaixa bem" no cargo por ser "livre e de espírito muito aberto", alguém "sem anticorpos" no setor. Acreditam também que tem "uma visão virada para o mercado e para a importância das empresas", por ter experiência (ainda que académica) noutros países. "É alguém que parece ter mundo", aposta uma fonte.

Por outro lado, apontam-lhe a desvantagem de "não ter experiência em liderar instituições, muito menos uma autoridade reguladora" e de "desconhecer o setor", embora isso não queira dizer que "vá correr mal". Será um "desafio para ela, para a instituição e para quem a escolheu".

Afirmam, ainda, que a economista é "próxima do PS, mas que não integra uma esquerda tóxica". "É uma liberal para a esquerda e esquerdista para os liberais", resume uma outra fonte, realçando a influência da vivência nos EUA no perfil da economista.

Contactado pelo DV, Pedro Mota Soares, que lidera a associação setorial Apritel, alerta que "o setor precisa de visão estratégica de médio e longo prazo, que promova o investimento em infraestruturas e inovação, em benefício e defesa dos interesses dos utilizadores". Por isso, passa a mensagem para a potencial sucessora de Cadete de Matos: é "essencial" haver "capacidade de estabelecer diálogo com os vários stakeholders, incluindo com os operadores, e a adoção de uma prática regulatória assente na isenção e análise de impacto regulatório das suas medidas".

Natural de Almada, Sandra Maximiano é adepta de desporto. Faz corrida, já praticou triatlo e trapézio. Aliás na rede social Facebook cita o artista britânico Martin Creed a esse propósito: "If movement is a sign of life and stillness is death, running is an example of life most fully lived" (se o movimento é um sinal de vida e o imobilismo a morte, a corrida é um exemplo de uma vida plenamente vivida, tradução livre).

É na vida académica, todavia, que a economista tem dado cartas, como notaram as fontes auscultadas. Deu aulas na Universidade Purdue (Estado do Indiana, EUA) entre 2009 e 2017. Desde 2018, quando regressou a Portugal, é professora associada do ISEG. O trabalho da académica tem sido publicado em revistas como a Review of Economic Studies, Economic Journal, Experimental Economics e Games and Economic Behavior. Co-coordena também o XLAB Behavioural Research Lab, um laboratório do ISEG que estuda a tomada de decisões e o comportamento económico, político e social.

"On the cultural basis of gender differences in negotiation" (Sobre a base cultural das diferenças de género na negociação"; "Information feedback, targeting, and coordination: An experimental study" (Feedback de informação, seleção de objectivos e coordenação: Um estudo experimental); e "The Effect of Range of Outcomes and Magnitude of Rewards on Lying Behavior in Anonymous Dice-Under-Cup Trials" (O efeito da variedade de resultados e da magnitude das recompensas no comportamento de mentir em provas anónimas com 'dados escondidos'), são alguns dos trabalhos que se encontram no site do ISEG da autoria da economista.

Uma pesquisa por outros sites académicos permite encontrar ainda "Is the Rental Market Gay-Friendly? Evidence from a Field Experiment' (O mercado de arrendamento é favorável aos homossexuais? Evidências de uma experiência de campo), um trabalho em que a docente do ISEG é co-autora e que está inscrito na plataforma da AEA, uma associação norte-americana de economia. Trata-se de uma análise a uma experiência de campo que visa "a discriminação homossexual no mercado de arrendamento", em Portugal.

"Sou economista mas raramente escrevo sobre a dívida e o défice, conduzo antes experiências para analisar o comportamento dos agentes económicos", declara na página de autora no site do Expresso, semanário onde é colunista desde 2015. Maximiano considera que escrever opinião "é um modo de analisar de fora o que se passa cá dentro". "Como combater o vício das raspadinhas?"; "Como acabar com salários baixos?"; "Faz sentido que os CEO ganhem uma fortuna?"; e "Combater desigualdades: investigação experimental precisa-se!", são alguns dos textos de opinião mais recentes.

Notícia daqui.
 
Uma escolha pessoal de António Costa e Galamba, tudo para dar certo :berlusca:
O anterior foi escolhido pelo mesmo Governo.
Petição pública para retirar esta pessoa. Tudo controlado pelo autoritarismo.
A mulher ainda não fez nada.

Numa primeira análise o que se lhe pode sem dúvida apontar é, mais um vezes, termos um presidente na Anacom que não tem qualquer trabalho desenvolvido na área que vai tutelar.
 
O anterior foi escolhido pelo mesmo Governo.

A mulher ainda não fez nada.

Numa primeira análise o que se lhe pode sem dúvida apontar é, mais um vezes, termos um presidente na Anacom que não tem qualquer trabalho desenvolvido na área que vai tutelar.
Se é escolha do Galamba, para mim já é logo de desconfiar, isso após desacreditar o anterior presidente que como se sabe, foi irreverente e contra muitas ideologias das operadoras..Não ter trabalhado na área só mostra também que faz ainda menos sentido, espero que não seja mais um tacho que como sabemos no PS é o prato do costume
 
O processo de nomeação do anterior foi diferente… Porque os nomes do presidente e dos vogais tiveram de passar pela AR… Quem são os vogais? Esperemos que não sejam mini-Galambas… isso também me preocupa…

Antigamente na AR não havia uma maioria absoluta. Agora há e portanto qualquer nome vai passar, ao contrário do que aconteceu há uns anos
 
O processo de nomeação do anterior foi diferente… Porque os nomes do presidente e dos vogais tiveram de passar pela AR… Quem são os vogais? Esperemos que não sejam mini-Galambas… isso também me preocupa…

Antigamente na AR não havia uma maioria absoluta. Agora há e portanto qualquer nome vai passar, ao contrário do que aconteceu há uns anos
O processo é igual, ainda precisa da aprovação da CRESAP e "passar" na comissão de economia e finanças (salvo erro).
 
O processo é igual, ainda precisa da aprovação da CRESAP e "passar" na comissão de economia e finanças (salvo erro).
Não percebeste. É diferente na medida em que antes não existia uma maioria absoluta e houve nomes chumbados… E agora há uma maioria absoluta, portanto vai passar tudo acriticamente
 
Sem experiencia empresarial, sem contacto algum com telecom/ti e os trabalhos que publicou é sobre gays e diferenças de género.

Grande escolha, era mesmo disto que o sector estava a precisar.
 
Eu que também costumo desconfiar de tudo o que vem deste governo, acho que podemos ser equilibrados e esperar para ver o que ela vai fazer.

O ser de fora das telecomunicações, por si só, pode não ser mau. Ser boa analista dos agentes de mercado, numa economia global como são as comunicações eletrónicas, também pode ser interessante. Aparentemente estuda o que os empresários fazem e que possa levar a discriminações no mercado de trabalho como nas relações comerciais. E nós sabemos que em Portugal o jogo dos meandros conta muito, sabendo ela disso, se conseguir manter uma postura imparcial e descortinar onde querem chegar, pode ser meio caminho andado para aplicar a lei e não se deixar influenciar, senão vai contra tudo aquilo que estudou/publicou. Agora convém rodear-se de gente mais "técnica" na área para a ajudar.

Pode dar mal, pode dar bem.

Vou dar ao benefício da dúvida. Se se portar mal, cá estaremos para a criticar forte e feio.
 
Politicamente é mais próxima do PS e é apresentada como "esquerdista para os liberais, liberal para os esquerdistas".

Escola do António José Seguro, portanto...

Acho que vamos ficar em boas mãos. Para mais quando o grosso do trabalho foi feito anteriormente pelo outro presidente.
 
Status
Fechado a novas mensagens.
Back
Topo