Jintro
O Colaborador
É que nem de propósito, arranjo uma DS e tenho um jogo em vista para adquirir (Animal Crossing) e o Markl esta tarde escreve um post no seu blog exactamente sobre isso. A DS é de facto a consola para os não-jogadores (foi isso que me fez comprá-la).
Fonte
Nuno Markl disse:O vício.
Sou fã de longa data da Nintendo. Quando ninguém acreditava no Gamecube e as preferências iam todas para a Playstation 2 e a XBox, investi na compra do referido cubinho e tudo. E tenho um Gameboy que me fez bastante companhia durante anos. A Nintendo resume o que de mais delirante (e, ao mesmo tempo, estranhamente eficaz) os japoneses são capazes de fazer: os seus conceitos de jogos são para lá de tresloucados (hoje aceitamos o Super Mario com a naturalidade com que aceitamos a Lara Croft; mas se pensarmos bem... aquilo é a saga de dois canalizadores italianos que andam acompanhados por... um dinossauro a saltar por cima de... tartarugas e... cogumelos?) e o segredo de sobreviverem a conceitos tão aparentemente impossíveis está em fazê-los o mais jogáveis possível. Jogáveis ao ponto de poderem ser abraçados quer por quem tem experiência e talento para os jogos, quer para aqueles que - como eu - não têm jeito nenhum, mas têm vontade de jogar. Agora o casal Markl, que aparentemente, já deveria ter idade para ter juízo, tem isto em casa:
Cá está: uma alva e leve Nintendo DS Lite (que é a da Anabela) e uma espessa, sólida, máscula e azul Nintendo DS (que é a minha). Fazem um bonito casal e só espero que continuemos a ter relações carnais depois destas maquinetas demoníacas terem entrado no nosso lar.
Agora reparem nos jogos que nos têm tirado do sério - e que, tanto um como outro, são aquele tipo de ideia que só um criativo de videojogos japonês se lembraria:
Quem é o Dr. Kawashima? Ninguém sabe. Mas o que é certo é que o homem tem reputação e por isso foi criada uma versão virtual dele que, neste BRAIN TRAINING, nos propõe variadas provas para exercitarmos diariamente o nosso cérebro. Sim, está lá o malfadado Sudoku, mas estão outras coisas, mini-jogos e provas que vão do sublime ao parvo e de volta ao sublime.
Bom. O Dr. Kawashima disse-me, após uma primeira série de provas, que o meu cérebro tinha perto de 80 anos de idade. Com as provas crescentemente maradas que ele me tem proposto, neste momento já tenho a mioleira com a bonita idade de 38 anos. O ideal é chegar aos 20. Pormenor giro é o programa tirar partido do relógio interno da maquineta para que a saudação do Dr. Kawashima vá mudando, conforme a hora a que ligamos.
Mas no que toca a tirar partido do relógio interno da consola, não há quem o faça melhor do que este outro jogo, chamado ANIMAL CROSSING: WILD WORLD. E este, atenção - eu este acredito que faça parte do mesmo plano japonês de conquista do planeta iniciado com invenções como o Tamagotchi.
O que se esconde dentro desta embalagem tão queriducha, repleta de animais de aspecto fofinho, casinhas de boneca e vegetação verdejante? Esconde-se o demo, senhoras e senhores! Uma forma fofinha e verdejante do demo - e viciante como tudo. Sim, eu sou mais um AnimalCrossingólico. ANIMAL CROSSING não é um jogo: é, basicamente, um simulador de vida. Não no sentido THE SIMS, mas mais descontraído e - este é o pormenor que faz a diferença - em tempo, de facto, real. O jogo cria um mundo - com criaturas, casas, vegetação, lojas, feiras, etc. - e os dias têm as 24 horas que os nossos dias têm. Como vai buscar informação à hora e à data do relógio interno da Nintendo DS, assistimos à celebração de feriados (como o Natal ou o Ano Novo), à passagem das estações com as devidas alterações de clima e no nosso dia de anos toda a gente nos dá os parabéns. É um conceito infantil, mas são os adultos que andam, por todo o lado, a ficar apanhados com ANIMAL CROSSING. Não me perguntem porquê. Não há aqui tiroteios, enigmas, plataformas - nada. Há apenas um mundo campestre e a prática da pesca, caça às borboletas e aos pirilampos (estes surgem se ligarem o jogo a partir das 8 da noite), e há uma mistura entre sentido de humor pateta e uma calma "zen" que faz disto um suave e benfazejo vício. Eu já conhecia o ANIMAL CROSSING da versão Gamecube, mas isto de viver num mundo paralelo faz mais sentido numa consola portátil, mais a jeito para a ligarmos em qualquer altura e vermos o que se passa naquele universo. Personagem preferida: sem dúvida o cão cantor, que actua no bar da cidade aos fins-de-semana à noite. Literalmente aos fins-de-semana à noite. Só o encontram lá se ligarem a DS no sábado à noite, se não estou em erro. Se falharem, só o reencontram para a semana.
Infelizmente, não consigo tirar partido de uma coisa que a Nintendo DS tem e que dizem que faz do ANIMAL CROSSING uma experiência ainda mais catita, que é a ligação wi-fi à Internet. A consola não consegue agarrar a minha rede interna baseada num Airport Extreme e num Airport Express, e parece que a incompatibilidade está na encriptação da rede (a Nintendo DS funciona com encriptação WEP... seja lá o que isso for). Não me atrevo a mexer nisso, porque sei que, com a minha falta de jeito, há 99,9% de hipóteses de estragar a rede aqui de casa. Por isso, mais vale estar quieto e sossegado. Giro foi fazer uma das provas do Dr. Kawashima em modo de duelo com minha esposa, já que as duas consolas se encontram uma à outra.
Enfim, estamos agarrados...
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