Um Googler nos contou que o que eles têm feito é usar um aplicativo de IMAP separado para as contas secundárias do Gmail, mas isso não adianta se você tem calendários em múltiplas contas do Google – por exemplo, se você tem uma conta do Google Apps para o seu site e uma conta pessoa, você precisa escolher uma das duas. É uma limitação técnica do Android 1.0; espero que a corrijam futuramente, mas, agora, como tenho uma conta para o trabalho e outra pessoal, acho uma droga.
Contatos e sincronização: Como mencionado, não há aplicativo para sincronização com desktop. O negócio é cloud computing – seus contatos e calendário do Google são considerados os mestres. Se tudo está no seu desktop ou, que Deus o perdoe, no MobileMe, você precisa mover tudo para sua conta do Google. Ao ser lançado, no entanto, ele será capaz de fazer sincronização remota – se você fizer uma mudança ou baixar um aplicativo no seu desktop, o aparelho automaticamente sincronizará. Ainda assim, os desenvolvedores terão liberdade para preencher esse mercado, assim como a falta de suporte para o Exchange. Se isso é positivo ou negativo depende de como você se sente com o Google sendo o guarda mestre de seus contatos e informações.
Vídeo: Não há suporte algum para vídeo no momento, exceto pelo YouTube. A expectativa é que os desenvolvedores criarão os aplicativos o suporte necessário para ver vídeos. Esse é um dos grandes buracos que temíamos que o Google deixasse para os desenvolvedores taparem. O mesmo vale para gravação de vídeos. Desenvolvedores podem adicionar isso, mas nós ouvimos que a qualidade de vídeo será muito melhor depois que o acelerador de vídeo da Qualcomm for lançado.
Imperfeições de hardware: Não há multitouch no G1 e nunca haverá, já que o painel em si não oferece suporte. No entanto, Googlers dizem que eles esperam um dispositivo com multitouch futuramente. A falta de um conector para fone de ouvido, apesar de comum em aparelhos da HTC, é muito irritante, principalmente para um equipamento consumer, para o consumidor final. Adaptadores mini-USB são atanazantes demais.
Outros: Você precisa ter um cartão SD para ouvir música ou assistir a vídeo (o segundo, quando for possível) – não há armazenamento interno para reprodução de mídia. É um dos dois problemas com os quais nos deparamos na Amazon MP3 Store; a outra é poder baixar faixas pelo ar com Wi-Fi. Gostaríamos que fosse possível com 3G.
Quanto à navegação, o fato de ter que usar o teclado QWERTY para toda entrada de texto pode ser irritante, já que envolve um monte de viradas no telefone para teclar se você navegar com o telefone na vertical. Usar a tela seria legal, mas, novamente, eles deixam isso para os desenvolvedores.
Por fim, ele é travado para a T-Mobile. Um Googler também lamentou isso, pois vai contra o espírito aberto do Android, mas disse que, a longo prazo, não importará, já que haverá trocentos aparelhos. Mas, como em todo o resto, os desenvolvedores podem vir e lançar um aplicativo de destravamento. No Android Market, até. A força do Android – e suas fraquezas – está tanto nas mãos dos desenvolvedores quanto nas do Google, dos fabricantes de hardware e das operadoras.
Falha bônus da T-Mobile: se você tiver sorte de viver em um dos mercados com 3G, depois de ter usado 1 GB de dados, a T-Mobile restringe sua conexão a 50 Kbps para o resto do mês. Isso é mais lento do que EDGE, que é teoricamente capaz de atingir 384 Kbps, mas no mundo real fica perto dos 100 Kbps.
Eu sei que isso ocorre em parte devido à relativa imaturidade da rede 3G da T-Mobile, mas com o tanto que eu tive que ouvir as palavras “internet móvel” e “futuro” em referência a esse telefone, isso é absolutamente ridículo. Principalmente quando você considera que paga US$ 25 pelo 3G – o plano de US$ 30 do iPhone é totalmente ilimitado, e a velocidade só cai quando a rede da AT&T está uma merd*. Com o tempo, mais aplicativos surgirão no Android Market, e nós teremos uma idéia melhor de tudo isso, mas está parecendo mesmo ser um grande ponto negativo.