Já agora, só uma questão. Se daqui a 3 anos o teu leitor avariar e não der para reparar, o que fazes aos filmes ?
Parece-me estranho apostar numa coisa morta e enterrada, que ainda por cima só existe de uma marca.
Ao preço que vão ficar os leitores, bem se pode dar ao "luxo" de comprar mais um ao preço da chuva e guarda-lo para quando o primeiro avariar de vez.
Provavelmente assim aumenta a vida útil dos filmes para 10 anos ou mais. E a verdade é que daqui a 10 anos nem bluray nem nada.
Para mim o bluray é o último suporte físico de filmes que irá existir e vai ser substituído bem mais depressa que o DVD será.
Daqui a 10 anos será tudo online via streaming e/ou centralizado num HDD. Em minha opinião até os clubes de vídeo como os conhecemos hoje não duram mais 10 anos. É negócio que está perto do fim, no formato de loja física.
E quando isso acontecer, enfim... faz-se a evolução normal. Afinal de contas estamos na era do desperdício em que a economia se sustenta fomentando a insatisfação dos seus próprios clientes e para isso tem de estar constantemente a inovar, a mudar, a deitar fora e a fazer diferente.
Saem plasmas e LCD's de 6 em 6 meses e a verdade é que antes desta história da alta definição eu tive uma CRT durante 10 anos e os meus pais uma durante quase 20 anos. Hoje em dia as coisas são feitas para durarem menos e muitas vezes os fabricantes vão fazendo as implementações de funcionalidades de forma faseada apenas para manterem o cashflow dos consumidores e não por não as poderem ter implementado nos modelos anteriores. Eles sabem que invariavelmente muita gente vai querer mudar o seu modelo para poder usufruir dessas melhorias.
Aliás o caso dos leitores Bluray é um caso paradigmático neste aspecto. Como o sistema bluray não está completamente desenvolvido, no que diz respeito às funcionalidades que irão ser implementadas nas estruturas dos filmes, os leitores com firmware 1.1 não conseguirão tirar proveito dos melhoramentos implementados nos filmes feitos para leitores com firmware 2.0. A unica excepção a isso é a PS3, que pode ter o seu firmware actualizado pois tem ligação à net e por isso foi feita com essa possibilidade de upgrade de firmware. Agora os leitores de sala não se ligam à net e ficam limitados ao firmware que lhes foi metido quando foram fabricados. Resumindo, mais uma maneira habilidosa que os fabricantes de hardware arranjaram para potencialmente venderem mais que um leitor bluray a cada um dos seus consumidores.
Se um dia resolvem fazer isso aos carros, estamos lixados.
Voltando à evolução da tecnologia... Quantos e quantos milhões de cassetes VHS não terão já tido como destino o lixo? Eu ainda tenho cerca de 100 delas em casa que só não foram para o lixo por questões que nem eu sei bem, pois não as uso à quase 10 anos. Tenho para lá um leitor VHS que servia para o miúdo ver os filmes de desenhos animados mas entretanto avariou e ele agora com canasi Pandas e Cartoons Networks nem quer saber das cassetes para nada.
Também tenho lá um Deck de cassetes que me custou uns bons 120 contecos há muuuitos anos e cerca de 200 cassetes. Por vezes lá ouço uma ou outra, mas sinceramente o som já não cativa depois de anos a ouvir música "limpa". Mas não consigo atirar aquilo ao lixo e ninguém me dá nada por aquilo (o Deck, claro).
Em relação ao HD-DVD, penso que pode ser uma boa oportunidade para quem quiser criar uma boa selecção de filmes em alta definição a preços, em princípio, mais razoáveis.
Mas não deixa de ser uma atitude com os seus riscos, assim como foi a de quem comprou leitores e filmes Bluray, antes de saber que desfecho iria sair da guerra de formatos.
Just my 2 cents