já agora, podem-me explicar porque é o Linux 'imune' vírus?
tomou vacinas quando era pequeno?
Há várias razões...
Mas antes de mais, quero desmistificar uma ideia.. Normalmente diz-se que é porque tem menos utilizadores, mas digo-te desde já que a segurança dos sistemas depende de questões técnicas e não de questões da treta como essa. O Linux tem uma base de utilizadores e uma quantidade de servidores espalhados pelo mundo para que fosse "normal" existirem vírus para ele. Poderiam não existir tantos como para Windows, mas o normal seria existirem muitos na mesma.
Um exemplo perfeito de que isso não passa de um argumento da treta é o mercado dos servidores WEB, o apache é o líder do mercado desde 1996 e desde 98~99 que tem andado sempre pelos 60 a 70% do mercado, sendo que o IIS da Microsoft anda pelos 20 a 30%.. No entanto o apache tem uma historia de segurança e fiabilidade impressionante, já para o IIS os worms e vírus ao longo dos anos foram mais que muitos, quem não se lembra do "Code Red" por exemplo?
Ou seja, o produto que tem a maior cota de mercado, é o menos atacado, simplesmente porque tecnicamente é mais seguro...
Quanto as razões concretas para não haver vírus para Linux há várias.
1º O Linux está feito com base no principio do mínimo privilégio, ou seja, cada utilizador só deve ter os privilégios indispensáveis. Já o Windows está desenhado para ser idealmente usado em modo Administrador, que é como a esmagadora maioria dos users o usa.
Ora, logo ai há uma diferença fundamental, um vírus que infecte uma maquina Windows pode alojar-se e mudar o que quiser, em Linux poderia apenas afectar uma área restrita, a área do utilizador em causa. Logo ai, o Vírus para Linux teria muito mais dificuldades em propagar-se e mesmo que danificasse algumas porções daquela area de utilizador, o sistema em si, ficaria incolume.
2º O Windows usa uma filosofia monolítica. Ou seja, tudo e integrado no núcleo do sistema, incluindo o Internet Explorer por exemplo. O Linux usa uma arquitectura de camadas. No centro está o Kernel e lá só funciona o que realmente tem que lá estar, depois há camadas sucessivas onde funcionam os programas do utilizador sendo que cada camada tem menos acesso a funções vitais do que a anterior. Assim, uma simples visita a um site com o IE pode acabar num sistema totalmente comprometido. Com o Linux, mesmo que o Firefox esteja cheio de buracos a verdade é que o codigo que ele possa executar não tem previlegios especiais nenhuns.
3º E há a questão de as várias distribuições Linux serem compatíveis ao nível das API's, mas não ao nível das ABI's... Ou seja, um programa é compatível entre as várias distros ao nível do código fonte. Mas depois de ser compilado para uma distro em concreto, é pouco provável que esses binários corram em outra distro. Isto torna a proliferação de um vírus muito complicada...
Depois há outras razões menores, como o facto de os leitores de mail disponiveis em Linux, não permitirem a execução directa dos anexos dos emails como acontecia no windows, etc... etc... etc....
Tudo junto faz com que embora na teoria possam existir vírus para Linux, a verdade é que por agora não existem.