Eram onze e meia da manhã quando cheguei à FIL, no Parque das Nações, para a apresentação da Nintendo Wii. Sei que sou um dos felizardos que terá a possibilidade de experimentar a consola, antes do seu lançamento nacional, agendado para 8 de Dezembro, e é com ansiedade que entro na sala onde se passa a acção.
Já com algumas pessoas de volta das consolas, sou recebido por representantes da Nintendo em Portugal, que logo me colocam em frente a uma das quatro Wii disponíveis.
O primeiro contacto é feito com enorme expectactiva. Tenho em frente a mim a revolucionária da nova geração, a consola que promete mudar o modo como encaramos os videojogos. As primeiras impressões não mudam muito em relação à ideia que tinha da Nintendo Wii, uma consola sensívelmente pequena, se tivermos em conta a concorrência, toda ela muito compacta e cheia de estilo. Penso: Não é que, até ficava bem na minha sala?
Peguei então no Wiimote e preparei-me para experimentar o primeiro título: WarioWare: Smooth Moves. Produzido, essencialmente, para demonstrar algumas das potencialidades do comando da Wii, este título é composto por inúmeros mini-jogos que nos possibilitam realizarmos diversas acções como martelar pregos ( como podem ver na imagem da galeria ), levantar pesos, saltar à corda, equilibrarmos um palhaço em cima da bola, encaixarmos pedaços que faltam numa cara, entre tantos e tantos outros, tudo dentro de um limite de tempo.
O Wiimote é bastante mais leve do que eu imaginava e encaixa-se perfeitamente na nossa mão, com todos os botões bem acessíveis ao toque. Algo que reparei logo de ínicio é a extrema sensibilidade do comando, algo muito positivo já que possibilita que o jogador aprenda, gradualmente, a manejar com o comando, e que apenas poucos minutos já domine alguns movimentos, aplicando-os, por exemplo, nos mini-jogos anteriores. Saltar à corda é um dos que requer alguma habituação, e onde o jogador terá que de facto saltar em frente à televisão. Ponto positivo para a interacção.
O senhor que se segue é Wii Play, um título recheado de jogos, entre os quais bilhar, tiro aos patos, pratos, aliens e demais, ténis de mesa, pesca, entre outros. Aqui experimentei, pela primeira vez, o jogo no modo multijogador. Ligando dois Wiimotes, jogaram-se partidas de Laser Hockey onde o objectivo é tentar marcar pontos, utilizando uma pequena barra em forma de C para enviar a bola para o adversário. Um pouco como o velhinho Pong, mas com «balizas». De todos os jogos incluídos no Wii Play, o mais interessante, e que necessitou de algum tempo de habituação, foi o ténis de mesa, passando-me realmente a sensação de que estaria a jogar uma partida contra um amigo num qualquer salão de jogos.
Experimentei de seguida um dos títulos mais esperados para a Wii pela comunidade,
The Legend of Zelda: Twilight Princess e, confesso, um dos mais esperados por mim. Desta feita apetrechei-me com o Wiimote e com o Nunchuk ( para quem não sabe, é um comando composto por um joystick em cima e dois botões por baixo, que se encaixa no Wiimote ). O jogo começa com Link, no ínicio de um extenso cenário, com um alcance visual bastante grande e com um aspecto gráfico bastante bom. Isto promete.
A jogabilidade é intuitiva, bastou pegar nos dois comandos e começar a controlar Link sem nenhuma hesitação, sendo que o jogo nos fornece uma ajuda, sempre presente no ecrã, sobre que tecla carregar e em que momento. O Nunchuk serve para mover a personagem e para lançar um ataque especial com a espada. Já o Wiimote possibilita-nos aceder aos itens da personagem, como umas botas pesadas, novas armas, entre outros, permitindo igualmente fazer um ataque de espada, bastando para tal mover o comando no ar. Nesta demonstração foi possível também utilizar um arco e flechas para eliminar os adversários que estavam mais longe, sendo esta arma controlável também com o Wiimote. No geral, toda a mecânica de Twilight Princess, e embora esteja seja apenas uma primeira impressão, está muito bem conseguida e promete. Originalidade garantida.
Depois de terminada a demonstração fiquei com o nítido pressentimento de que este Zelda será um dos títulos de lançamento mais vendidos neste Natal, não só pela fama que a saga tem, mas também porque introduz um elemento bem mais interessante e que permite uma maior interacção, a jogabilidade com comandos com sensor de movimento, Wiimote e Nunchuk, que melhora substancialmente a experiência de jogo e que permite criar inúmeras situações, antes impossíveis com os comandos tradicionais.
Faltava então experimentar o título que fará parte do bundle de lançamento da Nintendo Wii, de seu nome Wii Sports. Aqui temos vários jogos de desporto, sendo eles o Golfe, o Baseball, o Ténis, o Boxe e o Bowling.
Comecei com o Ténis, realizando uma partida de duplos com outra pessoa. Este é talvez um dos títulos que mais faz mexer o jogador, tal e qual como uma partida real de ténis. Os serviços de bola são fáceis de fazer e o jogo torna-se bastante equilibrado, sendo necessário executar algumas jogadas especiais, colocando a bola fora do alcance do adversário, recorrendo para tal a uma inclinação especial do Wiimote, para que se ganhem finalmente Sets. O Baseball é um jogo igualmente divertido, que requer uma habituação, mas talvez um pouco menos interessante, já que não é, de todo, um desporto muito conhecido por estas bandas. No restante, destaque para os golpes de verdadeiro pugilista que podemos encetar no jogo de Boxe, e para o Golfe que é talvez, dos jogos experimentados, aquele que necessita de mais tempo para nos apercebermos que força devemos aplicar na bola, sendo por isso um bom treino para aprendermos rapidamente a controlar os nossos movimentos, antes de passarmos a outros jogos.
Uma hora e meia depois, terminei a minha ronda pelo circuito das consolas montado e fiquei satisfeito com o que vi. Quem afirma que uma consola de próxima geração só o é se possuir jogos com um grande nível gráfico, desengane-se. A Nintendo criou uma autêntica lufada de ar fresco no panorama de videojogos actual e o potencial do Wiimote e do Nunchuk promete muito. São tantas as possibilidades que só cabe às produtoras passar da imaginação à realidade.
Com títulos como Red Steel, FarCry Vengeance, Need for Speed Carbon, entre outros, na calha até ao final do ano, para além dos que acompanharão o lançamento da consola a 8 de Dezembro na Europa ( e sim, também em Portugal ), como The Legend of Zelda: Twilight Princess, Wii Sports, Elebits e Rayman Raving Birds, a nova pérola da Nintendo promete ombrear com a sua concorrência e cativar um público muito mais vasto do que alguma vez cativou.
